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segunda-feira, 14 de julho de 2014

O turismo como ferramenta para a evangelização

Em preparação da Jornada Mundial do Turismo, o Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes enfatiza os programas inovadores de muitas dioceses e congregações neste segmento

 
 
Às vésperas da Jornada Mundial do Turismo, agendada para 27 de setembro com o tema “Turismo e Desenvolvimento Comunitário”, a Santa Sé pretende “acompanhar este fenómeno a partir do âmbito que lhe é próprio, particularmente no contexto da evangelização”.
 
Com estas palavras começa a mensagem divulgada pelo Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, assinada pelo cardeal Antonio Maria Vegliò e por mons. Joseph Kalathiparambil, respectivamente presidente e secretário da congregação vaticana.
 
Animada pelos princípios do "desenvolvimento humano integral" e do "desenvolvimento comunitário", a Igreja católica considera que o turismo pode contribuir "para um progresso equilibrado, sustentável e respeitoso de três áreas: econômica, social e ambiental, englobando nesta última esfera tanto o ecológico quanto o cultural", diz a mensagem.
 
Tendo em vista as estatísticas mais recentes, "o setor de turismo se destaca como uma das opções mais viáveis ​​e sustentáveis ​​para reduzir o nível de pobreza das áreas menos desenvolvidas" e como "uma ferramenta de valor inestimável para o progresso, a geração de empregos, o desenvolvimento da infraestrutura e o crescimento econômico".
 
Além disso, o turismo é apresentado como "um dos setores com maior capacidade de gerar emprego criativo e diversificado, do qual, com mais facilidade, podem beneficiar-se os grupos mais desfavorecidos, que incluem mulheres, jovens e minorias étnicas".
 
Os benefícios do turismo devem atingir "todos os setores da sociedade" e ter "impacto direto nas famílias e nos recursos humanos locais".
 
Não menos essencial é que, "a fim de se obterem esses benefícios, sejam seguidos critérios éticos que respeitem as pessoas em primeiro lugar, tanto em nível comunitário quanto individual", evitando uma "concepção puramente econômica da sociedade".
 
O desenvolvimento do turismo deve garantir que "o personagem principal seja a comunidade local, que deve torná-lo próprio com a presença ativa de parceiros sociais, institucionais e cívicos". Não é questão, portanto, de trabalhar "para" a comunidade, mas "com" a comunidade, elemento de destaque na atividade turística e que é mais importante do que a "bela paisagem" e a "infraestrutura confortável".
 
O encontro entre turistas e população local deverá sempre ser "respeitoso" e enriquecido pelo "diálogo frutífero, que incentive a tolerância e a compreensão mútua".
 
"Os cristãos do lugar devem ser capazes de mostrar a sua arte, tradições, história, valores morais e espirituais e, acima de tudo, a fé, que é a fonte de tudo isso e o que lhe dá sentido".
 
Na mensagem, o cardeal Vegliò e mons. Kalathiparambil destacam que, "em muitas partes do mundo, a Igreja reconheceu o potencial da indústria do turismo e tem lançado projetos simples, mas eficazes", entre os quais o "turismo solidário ou de voluntariado", que permite que muitas pessoas dediquem o tempo de férias "a trabalhar em projetos de cooperação nos países em desenvolvimento".
 
Os altos representantes da Pontifícia Congregação para os Migrantes também citam os "programas de turismo sustentável ​​e solidário promovido pelas conferências episcopais, dioceses e congregações religiosas em áreas desfavorecidas", além de mencionar as "paróquias das áreas turísticas que recepcionam os visitantes oferecendo propostas litúrgicas, formativas e culturais" e que contribuem para "uma pastoral da amabilidade".
 
Todas essas experiências "nasceram do esforço, do entusiasmo e da criatividade de sacerdotes, religiosos e leigos que querem colaborar desta forma no desenvolvimento sócio-econômico, cultural e espiritual da comunidade local, além de ajudá-la a olhar com esperança para o futuro", encerra a mensagem.

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