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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Santos da Devoção do Apostolado do Mar: São Pedro

 
Pedro, cujo nome era Simão, era natural de Betsaida, povoação na Galileia, às margens do lago de Genesaré, também conhecido como mar de Tiberíades. Era filho de Jonas e pescador de profissão. Tinha, juntamente com seu irmão André e com Tiago e João, filho de Zebedeu, uma pequena frota de barcos pesqueiros. Como as pescas eram temporárias e os pescadores do mar da Galileia tinha tempo livre durante a baixa estação, presume-se que foi durante um desses períodos que André, indo ao encontro de João batista no rio Jordão, encontrou Jesus. "vi o messias", disse André ao irmão. E Simão, que tinha um temperamento vivo e ardente e era muito religioso, não sossegou enquanto André não o levou até Jesus.
 

Simão era de temperamento autoritário, impulsivo, sempre entusiasmado embora às vezes desanimasse com facilidade. Mas era também franco, bondoso e extremamente generoso. E Jesus, que era um exímio "conhecedor" de homens, após olhar longamente para ele diz: "a partir de hoje você vai se chamar Pedro". Mudar o nome para outro mais significativo era frequentemente mudar de orientação e de modo de viver. E foi assim que Simão, o pescador da Galileia, deixou para trás toda uma história de vida e iniciou outra vida e uma nova história: agora não mais como Simão, mas como Pedro, o pescador de homens.


É verdade que Pedro publicamente renegou a Jesus por três vezes. Mas é verdade também que por várias vezes publicamente professou sua fé. "aonde iremos, senhor, se só tu tens palavras de vida eterna?" "tu é o cristo, o filho do deus vivo". "senhor, tu sabes que te amo".

Pedro era a pessoa chave no grupo dos doze e em várias ocasiões Jesus o distinguiu com um favor especial. É quase certo que esteve presente nas bodas de Caná. Foi testemunha da gloriosa transfiguração do senhor, no monte Tabor; e foi ele que, em companhia de João foi encarregado de preparar o cenáculo, para a celebração da páscoa ou a última ceia.

Quando Jesus foi preso, apenas Pedro, em companhia de João, teve a coragem de segui-lo. Reconhecido, porém, como um dos discípulos, negou que conhecesse tal homem. Mas nem essa tríplice negação, chorada amargamente por ele, nem a dor e o arrependimento, traduzidos num copioso pranto, diminuíram sua confiança e seu amor ardente pelo mestre. Também o mestre não diminuiu sua ternura pelo discípulo que lhe era tão caro. Ao contrário, demonstrou-a claramente nas perguntas que lhe dirigiu junto ao mar de Tiberíades poucos dias antes de sua ascensão: "Pedro, tu me amas?". E após a resposta afirmativa, com estas palavras "apascenta meus cordeiros", Jesus o confirmou no primado da igreja e lhe entregou todo o rebanho.

Depois de muitas labutas e sofrimentos, depois de entregar e empregar a vida em fazer o mundo conhecer e amar a Jesus
cristo, depois de contribuir para estabelecer a igreja em todo o universo, Pedro viu finalmente chegar o seu fim na terra. Corria o ano de 64 e ele se encontrava encarcerado. Tiraram-no do cárcere e o levaram para ser crucificado mas ele conseguiu que os carrascos o pregassem na cruz de cabeça para baixo porque não se achava digno de ser tratado como seu divino mestre.

A festa de são Pedro, juntamente com a de são Paulo, foi colocada no dia 29 de junho provavelmente para ocupar o lugar de uma antiga celebração pagã que comemorava nesse dia a festa dos mitos Rômulo e Remo, considerados os pais da cidade de Roma

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Os marítimos também são humanos

IMO lançou a campanha Marítimos 2013

Sea Faces 2

A campanha "Marítimos 2013" tem como objetivo refletir sobre a face destes profissionais.
Os Apostolados do Mar começaram também a participar enviando fotografias vindas dos mais diversos locais do mundo.
Apresentamos aqui fotos de Florian Garbea (Diretor do ICMA e membro da LIFE International Ministries em Constanza, Roménia). Florian visita os barcos e dirige o Apostolado do Mar local.
 
Sea Faces 2013
 
Este sorriso dos marítimos afirma a atitude positiva que estes têm perante o seu trabalho, são profissionais e felizes na sua profissão. São uma força vital e verdadeiros seres humanos.
 
Florian escreveu:
 
"Estas fotografias foram tiradas no Porto de Mar de Constanza em 2013 e lembra-nos os sacrifícios que os marítimos fazem por todos nós. Que Deus os abençoe a todos em todo o mundo, às suas famílias e a todos os Apostolados do Mar que se dedicam a apoiar todos os que trabalham a bordo."

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

FESTA DE NOSSA SENHORA DA BONANÇA - BREVE HISTÓRIA DUMA DEVOÇÃO

 
Filhos de um país debruçado sobre o azul profundo do oceano, neste extremo sudoeste da Europa – “ onde a terra acaba e o mar começa - , sentimos desde o nascimento a chamada do mar como um impulso irresistível. Nós - os que vivemos neste litoral marcado pela luta sem tréguas do elemento abissal contra a terra firme mas recortada pelo confronto - estamos habituados a ouvir o seu pulsar e a espelhar nele o nosso olhar , ora nostálgico, ora arrebatado num intento de abraçar o infinito. Deixamo- nos embriagar inevitavelmente pelo cheiro da maresia , enquanto saboreamos o seu salitre que vem colar – se aos nossos lábios quase sem nos apercebermos.

         Agora, com o olhar preso num ponto do horizonte, despertamos para o sonho, porque o enigma do mar, o seu mistério, está no facto de não podermos ver para além desse mesmo horizonte que nos apela e nos provoca.

         E é neste contexto geográfico que nasceram e se desenvolveram as comunidades de pescadores que, desde os primórdios da humanidade, viram no mar uma satisfação e um meio de realização das necessidades materiais como recurso fundamental para a sua subsistência e desenvolvimento económico, mas também uma vocação e um chamado de sentimento e comunicação.

         O fio condutor desta nossa história começa no promontório de Montedor – um dos quatro lugares da freguesia de Carreço, no concelho de Viana do Castelo – onde encontramos um antigo e pequeno núcleo de pescadores - lavradores , que tinha uma devoção particular a Nossa Senhora da Bonança e cuja imagem era venerada na sua igreja paroquial.

         A importância desta devoção era tão significativa que, foi constituída uma Confraria , cujos Estatutos remontam ao ano de 1727. Era uma Confraria pública de fiéis , com obrigações pias em favor dos irmãos falecidos e ao culto a prestar à Senhora da Bonança.

         Mais recente, mas com maior projecção , estabelecia- se em meados do séc. XIX uma comunidade genuína de pescadores no Portinho Ancorense, com origem num primeiro assentamento de galegos de A Guardia, que povoaram o rudimentar varadouro - numa reentrância da costa - com as suas características e originais gamelas querenadas de alcatrão vermelho- escuro.

         O regime de nortadas peculiar nesta zona geográfica, empurrava muitas vezes as pequenas embarcações Ancorenses, movidas a remos e vela latina, para sotavento do Portinho obrigando-as a arribar , não com tão pouca frequência , a Montedor. Também registamos a permanência sazonal de gamelas Ancorenses no portinho de Carreço.

         Desta relação com Montedor e os seus pescadores - lavradores, também os Ancorenses aprenderam a venerar a Senhora da Bonança tornando- se , até, alguns deles irmãos da sua Confraria.
E, assim, todos os anos, no segundo domingo de Maio – data da Sua festa – os pescadores Ancorenses e suas famílias dirigiam- se em peregrinação a Carreço para venerar a Virgem Senhora da Bonança e pagar as suas promessas.

         Foi neste contexto de peregrinar a Carreço por ocasião da festa, que se dá um episódio decisivo para a deslocação desta devoção para VP Âncora, então, ainda, Gontinhães.

         É de tradição oral, que um emigrante bem sucedido no Brasil a passar uma temporada na sua terra natal, resolveu escarnecer da crença dos pescadores Ancorenses e da peregrinação que faziam à Senhora da Bonança. Escusado será dizer da reacção dos pescadores, que não se intimidaram só porque a pessoa em questão era abastada. Levou bem que contar como é fácil deduzir.

         Porém, imperativos dos seus negócios e propriedades no Brasil, levaram o nosso brasileiro – português destas bandas de volta àquele país. Na viagem de regresso, o navio foi surpreendido por uma violenta tempestade tropical e só milagrosamente não se afundou. No meio dos gritos aflitos da tripulação e dos passageiros e, lembrado da fé dos pescadores Ancorenses à Senhora da Bonança , suplicou que se se salvasse ofereceria a venerada imagem aos pescadoresde quem tinha escarnecido .
E, assim aconteceu. A imagem chegou a VP Âncora pela primeira vez em painel pintado , sendo adquirida depois uma pequenina réplica da imagem de Carreço e colocada num altar oferecido pelos pescadores em 1893 na capela de Nossa Senhora das Necessidades.

         A primeira festa à Senhora da Bonança em VP Âncora, foi realizada em 1887, no segundo domingo de Setembro , dia 11 . Aurora Botão Rego diz – citando a notícia de um jornal da época - que a primeira festa se realizou em 1883, (sic) não provando , todavia , a sua continuidade. O certo é que desde 1887 , se regista a realização da festa ininterruptamente e, por essa razão, o centenário foi comemorado em 1987.

         Em paralelo com Carreço, mas com sinal distintivo, os pescadores Ancorenses estabeleceram o 2º Domingo de Setembro como data da realização da festa considerando- se, todavia, o dia 8 de Setembro – solenidade litúrgica da Natividade de Nossa Senhora – o seu dia de referência. Do mesmo modo e, também , com marca própria, criaram uma Confraria – a Associação de Nossa Senhora da Bonança – com obrigações pias e preocupações sociais , tendo adquirido para o efeito o ainda hoje denominado Barracão da Senhora da Bonança existente no sítio do Portinho. Trata – se de uma Associação privada de fiéis e, por força desta particularidade canónica, ( associação privada ) se rege pelos seus Estatutos que foram aprovados em assembleia geral no dia 22 de Dezembro de 1928, tendo como órgão deliberativo a Assembleia Geral e o órgão executivo, a Mesa ou Direção.

         Com a ascenção da festa e devoção geral da população local e, particularmente, da gente do mar do Portinho Ancorense à Senhora da Bonança, desaparecia em Carreço essa tradição. O seu testemunho continua vivo em VP Âncora.

Conclusão

A propósito desta devoção Mariana sob a invocação de Senhora da Bonança, refere- se que ela está desde a origem mais remota e conhecida, relacionada com o mar e os pescadores nos lugares onde é venerada.

         Voltamos , por isso, a Carreço onde se contam duas lendas referidas à invocação da Senhora da Graça , que têm em comum o facto da Sua imagem ter dado à costa de Carreço, tal como aconteceu com outras imagens que deram às costas de vários países após a Reforma, na sequência do movimento contra o culto das imagens. Com efeito, o hino recolhido e harmonizado pelo prof. Manuel Luís, aponta na parte do povo : “ Senhora da Graça / Que do mar vieste … (citado por P. Lourenço Alves)

         Assim, não será que a imagem primitiva da Senhora da Graça derivou para os pescadores de Montedor para a invocação de Senhora da Bonança ? A semelhança iconográfica é significativa e muito comum: Nossa Senhora com o Menino Jesus ao colo . À imagem da Senhora da Bonança , apenas se acrescenta um barco, símbolo dos pescadores. Deste modo, é nosso parecer, que a imagem que os pescadores de Montedor invocaram de Senhora da Bonança e os pescadores Ancorenses assumiram como sua padroeira, veio mesmo do mar.

         Esta devoção marcou profundamente a história dos pescadores de VP Âncora, onde continua a ser uma referência incontornável para a classe e para esta vila marítima, que é identificada - por muitos que a sua festa todos os anos atrai -, como a terra da Senhora da Bonança.
 
Celestino Ribeiro

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Um terço das crianças britânicas desconhece o nosso mundo marítimo



O Apostolado do Mar Britânico reclama mudanças no currículo escolar inglês.
 
Um estudo desenvolvido nas escolas inglesas pelo Apostolado do Mar britânico concluiu que:
 
1. apenas 10% das crianças em idade escolar tem sido ensinado sobre os portos marítimos da Grã-Bretanha;
 
2. quase um terço (32%) nunca foram ensinados sobre as pessoas que trabalham no mar;
 
3. 31 % não sabem que os navios são usados ​​para trazer  para o Reino Unido produtos necessários à sobrevivência dos ingleses ( 95% das  importações britânicas - incluindo quase metade dos alimentos que comemos - vêm por navio).
 
O estudo realizado por esta instituição no âmbito da  Semana da Consciência para com os Marítimos,  chama a atenção para a educação sobre o nosso rico património marítimo bem como a necessidade da inclusão do tema no currículo nacional.
 

A Semana da Consciência para com os Marítimos também destaca as necessidades únicas de bem-estar dos marítimos , como eles enfrentam a vida de trabalho duro , os desafios de estar no mar durante as tempestades , longos períodos de isolamento e raras oportunidades para se manter em contato com a família e amigos.
 

 
 




segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Trazer algo novo para a mesa ICMA ...

O reverendo Jason Zuidema, novo Diretor Executivo da ICMA e membro da American Maritime Ministry Association (NAMMA) recebeu o Padre Bruno Ciceri e a sua equipa. O Padre Bruno é líder do Apostolado do Mar Internacional situado no Conselho Pontifício para os Migrantes e os Itinerantes na Santa Sé, o Vaticano, em Roma. Na agenda, estava o trabalho ecuménico.
Segundo noticiou o NAMMA, Zuidema também se encontrou com o  Padre Gabriele Bentoglio, subsecretário do Conselho Pontifício , com Mons. Joseph Kalathiparambil, secretário, e, finalmente, com o Cardeal Antonio Maria Veglio, presidente.
 
 
 
Todos eles incentivaram fortemente o trabalho dos apostolados do mar  e encorajaram a NAMMAa prosseguir o seu trabalho. O Padre Ciceri foi muito encorajador e um companheiro delicioso de almoço. "Tivemos uma conversa longa e em profundidade sobre oportunidades estratégicas para os Apostolados do Mar (AOS), ICMA, e NAMMA. Embora grande parte da reunião fosse apenas para nos conhecermos pessoalmente, havia uma série de temas que esperamos possam ser úteis para o trabalho comum em futuras conversas."

"Saber que não estamos sozinhos e que o trabalho em comum  vale a pena." Na verdade, o Padre Ciceri trouxe para casa um entusiasmo memorável. Ele disse que "se nós não trouxermos nada para a mesa, NAMMA ou ICMA, não receberemos nada na mesa."